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Óleo de Tea Tree Katafray na Psoriase

PSORÍASE: A APLICAÇÃO DO ÓLEO VOLÁTIL DE MELALEUCA ALTERNIFOLIA (TEA TREE) E CEDRELOPSIS GREVEI (KATAFRAY) EM CASO DE PSORÍASE – PESQUISA REALIZADA NA UNIVALI/SC .

A psoríase é uma doença sistêmica inflamatória crônica, não contagiosa, que afeta a pele, as unhas e ocasionalmente as articulações e costuma ter apresentação clínica variável. Acomete cerca de 1 a 3% da população mundial, e só no Brasil soma cerca de 5 milhões de pessoas. Essa doença pode surgir em qualquer idade, mas parece haver picos até os 20 anos e após os 50 anos. A distribuição entre os sexos é semelhante 1 .

Não há uma cura para esta patologia, mas sim tratamentos – com uso tópico de pomadas e fármacos via oral – para uma cura clínica, relacionada à remissão dos sintomas e melhoria da qualidade de vida 1. É frequente o uso tópico de corticoides para alívio dos sintomas a curto prazo, reduzindo a inflamação, porém isso pode provocar efeito rebote com agravamento posterior dos sintomas, além dos efeitos colaterais provocados pelo uso oral dos medicamentos 2,3. É necessária a pesquisa de alternativas para o tratamento da psoríase que não provoquem efeito rebote nem efeitos colaterais.

Portanto, o objetivo deste estudo foi verificar os efeitos de duas formulações utilizando-se de óleos voláteis de katafray (Cedrelopsis grevei) e de tea tree quimiotopo terpin-4-ol (Melaleuca alternifolia) em caso de psoríase, ambos diluídos em óleo vegetal de linhaça.

O tratamento foi realizado durante 30 dias (5/5/2016 à 5/6/2016), com aplicação tópica três vezes ao dia na área acometida com uma fina camada. Foram disponibilizados dois frascos ao voluntário. No frasco A havia 5% de óleo essencial de katafray e no frasco B 5% de tea tree QT terpin-4-ol. A formulação A foi aplicada apenas na perna esquerda e a B apenas na perna direita.

O voluntário de 50 anos com quadro grave de psoríase é empresário e tem uma rotina de vida estressante, o que contribui para o agravamento das lesões, que se apresentavam predominantemente nos membros inferiores. A análise dos resultados foi feita por registro fotográfico e por meio do questionário de Psoriasis Disability Index (PDI) e Dermatology 4 Specific Quality of Life Index (DLQI). Os dois métodos foram aplicados no início do tratamento, 15 e 30 dias após o início das aplicações. ‘‘Os parâmetros com relação ao item 1 do DLQI: Sua pele coçou, esteve sensível, dolorida ou ardida? Se dividiam entre: Muitíssimo, Muito, Um pouco ou Nada.’’

Na primeira quinzena houve melhora geral dos sintomas e foi possível verificar uma importante diminuição das lesões ao fim da segunda semana de aplicação, além do relato do voluntário de que nunca havia tido um resultado tão bom em tão pouco tempo com os tratamentos convencionais. Apesar de o item 1 do DLQI ter passado de “Muitíssimo” para “Muito”, a ardência e coceira ainda permaneciam.

Ao final dos 30 dias de tratamento o voluntário relatou a melhora significativa da coceira, dor e sensibilidade que eram os sintomas que mais lhe incomodavam. Nesse caso, a resposta ao item 1 do DLQI foi “Um pouco”. Entretanto, a partir da análise visual, verificou-se uma certa piora clínica das lesões, o que possivelmente tenha sido ocasionada por banhos muito quentes do voluntário, de acordo com ele, em virtude da semana de queda brusca na temperatura em sua cidade de residência.
Foi possível verificar que as duas formulações, tanto a de 5% de katafray, quanto a de 5% de tea tree, foram eficazes na remissão dos sintomas da psoríase. Cabe a novas pesquisas, investigar quais efeitos que o óleo de linhaça puro poderia promover, pois não houve uma comparação apenas com a base de óleo vegetal, 3 uma vez que essa base é rica em ômega.

O ômega 3 tem papel protetor em respostas inflamatórias autoimunes, bloqueando a formação de citocinas, que são proteínas liberadas pelas células do sistema imune como resposta a lesões, infecções e exposição a substâncias estranhas 5, além de aumentar a hidratação e elasticidade da pele 6. Essas ações já poderiam contribuir para o alívio dos sintomas no caso da psoríase.

Por
Marcela Machado (Farmacêutica Especialista em Acupuntura e Massoterapia Chinesa)
Larissa Masson e Alessandra Nomura (Graduandas do Curso de Bacharel em Estética/UNIVALI)

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